A reabilitação é um processo de consolidação de objetivos terapêuticos, não caracterizando área de exclusividade profissional e sim uma proposta de atuação multiprofissional voltada para a recuperação e o bem-estar biopsicossocial do indivíduo, onde, a cada profissional componente da equipe, deve ser garantida a dignidade e autonomia técnica no seu campo específico de atuação, observados os preceitos legais do seu exercício profissional.
Reabilitação como Processo
As diversas áreas profissionais na saúde são requisitadas na reabilitação, de acordo com a necessidade que o caso exige. Entre elas: o serviço social, a medicina, a odontologia, a farmácia, a enfermagem, a fisioterapia, a Educação Física, a fonoaudiologia, a terapia ocupacional, a psicologia, entre outras. Trata-se portanto de um processo multiprofissional visando à reinserção biopsicossocial do paciente. Tem, por objetivo, restaurar os movimentos e funções comprometidas depois de uma doença ou acidente, até tornar possível devolver o indivíduo a seu lugar anterior na sociedade, ou o mais perto disto (mais funcional/autônomo possível). Ao final do processo, é considerado:
recuperado o indivíduo que consegue recuperar movimentos e funções perdidas, porém não consegue retomar o desempenho social anterior, apesar de funcionalmente habilitado. Exemplo mais conhecido: o jogador de futebol Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé e que largou o futebol pouco depois de retornar à sua posição de goleiro no Santos Futebol Clube, após longo afastamento por lesão no cruzado anterior do joelho;
reabilitado o indivíduo recuperado total ou parcialmente que consegue retornar à sua função social de origem, igual ou próximo ao desempenho anterior ao acidente ou doença. Exemplos mais conhecidos: o jogador de futebol Ronaldo Luis Nazário de Lima, o “Ronaldo Fenômeno”, após a lesão do tendão patelar antes da Copa de 2002; o músico Herbert Vianna, d’ Os Paralamas do Sucesso, após a queda de avião que o deixou paraplégico; e o iatista Lars Grael, após o acidente em 1998 que resultou em amputação de uma das pernas e que, apesar disso, permanece ainda ativo na vela; e
readaptado o indivíduo não recuperado e não reabilitado, porém que consegue desempenhar outra função que não a anterior ao acidente ou doença incapacitante.
Reintegração
Fase final do processo de reabilitação, reintegrar a pessoa à sociedade é nobre objetivo da atenção fisioterapêutica, após uma terapeutização resolutiva. Em pessoas que sofreram sequelas irreversíveis (perda de membros, lesões nervosas ou musculotendinosas incapacitantes), tal reintegração se dá mediante o treinamento e adaptação dos pacientes às suas potencialidades (com uso ou não de órteses e/ou próteses), para um grau o maior possível de autonomia pessoal e consequente interação social.
A prática da reabilitação baseia-se na crença filosófica de que a responsabilidade do médico ou de qualquer especialista não termina quando a doença é vencida ou completada a fase cirúrgica, mas que só termina quando o indivíduo volta a viver e a trabalhar com o que lhe restou de suas capacidades (Howard Rusk).